A Guerra de Israel contra os grupos apoiados pelo Irã teve um grande impacto no fim do regime de Bashar al-Assad na Síria. A queda de Assad, que parecia improvável, foi precipitada por uma série de eventos que culminaram na ofensiva dos rebeldes liderados pelo grupo militante islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS). Este grupo, com raízes na Al-Qaeda, conseguiu tomar várias cidades estratégicas na Síria, incluindo Aleppo, Hama e Homs, isolando Damasco e eventualmente entrando na capital.
Israel em Gaza e no Líbano
A guerra de Israel com o Hezbollah, uma milícia apoiada pelo Irã desempenhou um papel crucial. O Hezbollah, que forneceu apoio militar significativo a Assad, foi severamente enfraquecido após sua guerra contra Israel. Membros do grupo libanês combateram em diversas frentes a favor do Regime Sírio. O fato da Síria fazer fronteira com o Líbano facilitava o auxilio do grupo. O fim desse apoio deixou Assad sem um de seus principais aliados militares no momento crítico da imparável ofensiva rebelde.
A guerra de Israel contra o Hezbollah afetou o Regime Assad |
A ofensiva de Israel no Líbano contra o Hezbollah foi marcada por intensos bombardeios e confrontos. Israel lançou ataques aéreos em várias posições do grupo no sul do Líbano e em Beirute, visando centros de comando e fábricas de armas. A ofensiva foi uma resposta a ataques do Hezbollah, incluindo o lançamento de foguetes em direção ao norte de Israel. As ações do grupo se intensificaram após a entrada de forças israelenses em Gaza após os terríveis ataques de 7 de Outubro de 2023, quando membros do Hamas invadiram Israel cometendo diversos crimes e violações contra vítimas que em sua grande maioria eram civis desarmados e levando 251 de reféns de diversas nacionalidades. Israel imediatamente lançou uma contra ofensiva militar em Gaza, buscando recuperar sequestrados e destruir a organização que controla Gaza desde 2007.
A ofensiva de Israel visava enfraquecer o Hezbollah e garantir a segurança de suas fronteiras, o que gerou impactos sobre a população civil, e um resultado inesperado, o fim do Regime Sírio.
Guerra contra o Regime
A guerra civil na Síria, que começou em 2011, foi marcada por uma repressão brutal de Assad contra protestos pacíficos, resultando em mais de meio milhão de mortes e milhões de refugiados. Com o apoio da Rússia e do Irã, Assad conseguiu esmagar os rebeldes e manter-se no poder por muitos anos. Após anos de conflito, o país estava dividido em diversas zonas de influencia militar, com Assad controlando a capital e outras importantes cidades reconquistadas.
Guerra Civil na Síria começou em 2011, marcada por uma repressão brutal |
No entanto, tudo mudou após uma grande e repentina ofensiva recente ofensiva de rebeldes apoiados pela Turquia. Rússia e Irã, aliados do regime, preocupados com seus próprios assuntos, abandonaram Assad, deixando suas tropas incapazes de deter os rebeldes.
A Turquia, que apoia alguns dos rebeldes na Síria, desempenhou um papel importante. Embora tenha negado apoiar diretamente o HTS, o governo turco parece ser um dos principais apoiadores da ofensiva rebelde, contribuindo com apoio militar e de inteligência. Pelo menos três milhões de sírios estão na Turquia, e esta é uma questão sensível localmente.
A queda do regime de Assad também tem implicações significativas para o equilíbrio de poder na região. O Irã, que via a Síria como parte de sua conexão com o Hezbollah no Líbano, sofreu um revés significativo. A Síria sob Assad era fundamental para a transferência de armas e munições para o Hezbollah. Com a queda de Assad, o futuro do Hezbollah e de outras facções apoiadas pelo Irã, como os Houthis no Iêmen, tornou-se incerto.
Perspectivais Futuras
Este novo quadro cria uma situação complexa para Israel, onde o Irã é visto como uma ameaça existencial. A queda do Regime de Assad pode enfraquecer a os adversários apoiados pelo Regime de Teerã. Por outro lado, Israel atualmente ocupa as Colinas de Golã, um território conquistado da Síria durante a Guerra dos Seis Dias em 1967. A ascensão de um novo regime torna o futuro do país vizinho incerto.
Podemos assim dizer que, Israel contribuiu indiretamente para o fim do regime de Assad ao enfraquecer um de seus principais aliados militares, o Hezbollah, e ao criar um vácuo de poder que permitiu aos rebeldes sírios lançar uma ofensiva bem-sucedida. A queda de Assad mudou dramaticamente o equilíbrio de poder na região, com implicações significativas para o Irã, o Hezbollah e outros grupos apoiados pelo Irã.
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