Arqueólogos descobriram três escudos e um elmo de bronze de 2.700 anos na antiga fortaleza de Ayanis, localizada no leste da Turquia. Esses artefatos pertencem ao Reino de Urartu, que existiu entre 900 e 600 a.C. Os itens foram encontrados a cerca de 7 metros de profundidade, protegidos pelas paredes de tijolos de barro da fortaleza.
Os itens foram encontrados a cerca de 7 metros de profundidade |
As Escavações
O ministro da Cultura e do Turismo da Turquia, Mehmet Nuri Ersoy, fez questão de anunciar nas redes sociais a descoberta em um post no X (antigo Twitter), Ersoy destacou a importância contínua das escavações arqueológicas no país. Em suas palavras: “um novo artefato raro vem à luz todos os dias durante as escavações realizadas em toda a Turquia, que se estenderam por 12 meses”.
Ersoy também ressaltou a relevância histórica da descoberta, mencionando que a maior cidade do Reino de Urartu, uma das civilizações antigas mais notáveis da história da Anatólia, atualmente abriga uma população de 2.700 pessoas. Uma cidade relativamente pequena, que foi um centro vital durante o período de Urartu, continua revelado segredos e tesouros do passado, proporcionando uma visão mais profunda sobre a vida e a cultura dessa antiga civilização.
📚 Livro Recomendado: Babilônia: A Mesopotâmia e o Nascimento da Civilização
Os escudos e o elmo estavam dedicados a Haldi, o deus da guerra dos urartianos. A fortaleza de Ayanis foi construída no século VII a.C. pelo rei Rusa II, o último governante poderoso do reino de Urartu. Durante seu reinado, Urartu alcançou um período de grande prosperidade e expansão territorial. Ele é conhecido por suas campanhas militares bem-sucedidas contra os assírios e por fortalecer as defesas do reino. A descoberta é significativa, pois os artefatos estavam em excelente estado de conservação, apesar de terem sido enterrados por milhares de anos.
O Reino Urartu
O Reino de Urartu, também conhecido como Reino de Van, foi uma civilização da Idade do Ferro que floresceu entre os séculos IX e VI a.C. Localizado na região do Planalto Armênio, ao redor do Lago Van, o reino emergiu como uma potência significativa no Oriente Próximo.
O Rei Rusa II é considerado o último governante poderoso do reino de Urartu |
O início do Reino de Urartu é geralmente datado de cerca de 860 a.C., quando o rei Aramu unificou várias tribos e estabeleceu um estado centralizado. A capital inicial foi Arzashkun, mas posteriormente foi transferida para Tushpa. Urartu alcançou seu apogeu sob o reinado de reis como Sarduri I e seu filho Ishpuini, que expandiram o território e fortaleceram a infraestrutura do reino, construindo fortificações, canais de irrigação e templos dedicados aos deuses urartianos.
O declínio de Urartu começou no final do século VII a.C., devido a uma combinação de fatores internos e externos. Conflitos constantes com o Império Assírio enfraqueceram o reino, e invasões de tribos citas e cimerianas contribuíram para sua instabilidade. Finalmente, no início do século VI a.C., Urartu foi conquistado pelos medos, um povo iraniano, marcando o fim do reino.
Proteção Acidental
A escavação revelou que os itens estavam bem preservados devido ao colapso das paredes de tijolos de barro durante um terremoto, que ajudou a protegê-los de danos maiores. Os escudos e o elmo são exemplos notáveis da habilidade metalúrgica dos urartianos e fornecem informações valiosas sobre suas práticas religiosas e militares.
Caldeirão Urartiano — Museu das Civilizações da Anatólia (Turquia) |
📚 Livro Recomendado: Babilônia: A Mesopotâmia e o Nascimento da Civilização
Apesar de sua queda, o legado de Urartu perdurou, influenciando as culturas subsequentes da região e deixando um rico patrimônio arqueológico que continua a ser explorado e estudado até hoje. Essa descoberta além de enriquecer o conhecimento sobre o Reino de Urartu, também destaca a importância das escavações arqueológicas na preservação da história antiga e a necessidade de preservar antigas estruturas que podem conter antigos tesouros do passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário