domingo, 29 de outubro de 2023

Israel Suspende Emissão de Vistos para Funcionários da ONU

    Israel entrou em conflito com a ONU (Organização das Nações Unidas) após o secretário-geral da entidade, António Guterres, fazer um discurso no Conselho de Segurança sobre a situação na Faixa de Gaza. Guterres denunciou "violações claras" do direito humanitário cometidas por ambos os lados durante os ataques do grupo terrorista Hamas e a resposta militar de Israel em maio de 2023. Ele também afirmou que os ataques do Hamas "não aconteceram em um vácuo" e que o povo palestino estava sofrendo com a ocupação israelense há 56 anos.

Fala de Guterres criticando Israel sem acusar o Hamas irritou a diplomacia
israelense


    A fala de Guterres irritou a diplomacia israelense, que acusou o secretário-geral de se solidarizar com o Hamas e de ignorar as vítimas israelenses dos foguetes lançados pelo grupo extremista. O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, pediu a demissão imediata de Guterres e disse que ele estava "completamente desligado da realidade" e que não fazia sentido conversar com quem "demonstra compaixão pelas mais terríveis atrocidades cometidas contra os cidadãos de Israel e o povo judeu". O ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, cancelou uma reunião que teria com Guterres e afirmou que "não há espaço para uma abordagem equilibrada" e que "o Hamas deve ser apagado do mundo".

Israel decidiu suspender a emissão de vistos para funcionários da ONU


    Como forma de retaliação, Israel decidiu suspender a emissão de vistos para funcionários da ONU que atuam no país, dificultando o trabalho humanitário e diplomático da organização. Um dos afetados foi o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, que teve seu visto negado por Israel. A medida foi criticada por vários países e organizações que defendem os direitos humanos e a solução pacífica do conflito entre israelenses e palestinos.

    Guterres, por sua vez, tentou esclarecer suas declarações e disse que houve "distorções" na interpretação das suas palavras. Ele reiterou que condenava os ataques do Hamas e que defendia o direito de Israel à autodefesa, mas que também reconhecia o sofrimento do povo palestino sob a ocupação israelense². Ele pediu o fim da violência e o retorno às negociações para uma solução de dois Estados, baseada nas resoluções da ONU e no direito internacional.

    O impasse entre Israel e a ONU reflete a complexidade e a gravidade do conflito no Oriente Médio, que envolve questões históricas, religiosas, políticas e territoriais. A falta de diálogo e de confiança entre as partes dificulta a busca por uma paz duradoura e justa na região.


 Começo da Crise

    Os ataques do Hamas ao território israelense em outubro de 2023 foram uma das maiores escaladas de violência na região nos últimos anos. O grupo extremista islâmico armado, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, lançou uma ofensiva surpresa contra Israel, disparando mais de 7.000 mísseis em direção a várias cidades e alvos militares. O ataque, que o Hamas chamou de Dilúvio de Al-Aqsa, matou mais de 1.400 civis e soldados israelenses e capturou mais de 200 reféns.

Gaza é controlada pelo Hamas desde 2007


    Israel reagiu com uma campanha militar intensa, bombardeando a Faixa de Gaza com o objetivo declarado de destruir completamente o Hamas e resgatar os reféns. Além disso, Israel impôs um bloqueio total ao território, impedindo a entrada de ajuda humanitária e provocando uma grave crise humanitária.

    O conflito gerou uma forte repercussão internacional, com vários países e organizações condenando a violência e pedindo um cessar-fogo imediato. A ONU, a União Europeia, os Estados Unidos, a Rússia, a China e outros atores diplomáticos tentaram mediar uma solução pacífica, mas sem sucesso. O Hamas recusou qualquer negociação com Israel, exigindo o fim do bloqueio e o reconhecimento dos direitos dos palestinos. Israel, por sua vez, exigiu a libertação dos reféns e o desarmamento total do Hamas.

Israel reagiu ao ataque terrorista do Hamas com uma campanha militar intensa


    O contexto do conflito é complexo e envolve questões históricas, políticas, religiosas e territoriais. A região é palco de disputas entre israelenses e palestinos há décadas, desde a criação do Estado de Israel em 1948. O Hamas é um dos principais representantes da resistência palestina contra a ocupação israelense, mas também é considerado uma organização terrorista por muitos países. O grupo se opõe à existência de Israel e defende a criação de um Estado islâmico na Palestina.



 

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